Capítulo 51

“Como não sabe nem nosso nome? Eu sou sua MÃE, Luisa, e esse é seu PAI, Fernando.”

“Prazer Luiza e Fernando. Agora sumam daqui.”

“Filha, não vamos desistir de você agora que conseguimos te achar.”

“Seu irmão mais velho e sua irmã mais nova querem muito te conhecer.” Luisa sorriu.

“Olha Luisa, meu único irmão é o Gabryel e é muito bom saber que eu fui a única abandonada. Mas dou graças por terem feito isso, sabem porquê? Porque eu fui criada pela melhor família do mundo! Pais não são os geradores, são os que criam, que estão lá a cada erro, a cada acerto e a cada aprendizado e eles foram ótimos pra mim!”

“COMO VOCÊ PODE DIZER ISSO TUDO PRA SUA MÃE?” Ele a segurou pelo braço.

“Simples, ela NÃO é minha mãe! E pode soltar meu braço? Ta me machucando.”

“Calma princesa, calma.” Sussurrei no ouvido dela.

“PRONTO, JÁ DEU! VÃO EMBORA DAQUI.” Albert foi até a porta.

“A gente vai, mais volta filha.” Os dois se levantaram.

Quando eles saíram do quarto, seguidos do Albert e Gabe, Manu foi abraçar a mãe e Gabe sentou ao meu lado. Logo, elas se sentaram lá também.

“Suponho que você queira saber como eles te acharam, não é querida?”

“Quero mãe.” Ela limpou as lágrimas.

“Querem que eu vá embora?”

“Cody, pode ficar só mais um pouco? Quero falar com você...”

“Okay princesa, eu espero.”

“Vou dizer toda a verdade pra você filha... Eles estavam muito perto de te acharem em NY, há um bom tempo eles estão te procurando, mas eu e seu pai estávamos com medo de eles quererem ‘recuperar o tempo perdido’...”

Manu a interrompeu. “Então o papai não foi transferido pra cá? Vocês que quiseram mudar?”

“Isso filha... E não sabemos como eles descobriram nossa casa aqui... Sinto muito por vocês estar passando por isso.” Abraçou ela.

“Eles não tem direito de me levar, né mãe?”

“Não sei filha, isso vai depender de acordos ou, talvez, até de um juiz.” Pausou. “Mas nós vamos lutar por você até o fim, ouviu?”

“Obrigada mãe. Eu te amo.”

“Também te amo meu amor. E mais uma vez me desculpa.”

“Tudo bem, mãe. Tudo bem...”

“Agora eu vou lá em baixo com seu pai e seu irmão pra vocês poderem conversar.” Piscou pra mim e saiu.

“Codes?”

“Fala princesa.”

“Obrigada.” Pausou. “Por tudo.”

“Não foi nada e eu nem ajudei muito, não soube o que falar.” Sorri.

“Só de estar aqui já foi o suficiente.” Ela ficou corada ao dizer. “Ah, feliz aniversário!” Beijou meu rosto.

“Obrigado e eu amei seu bilhete.” Cocei a nuca um pouco sem jeito.

“Foi de coração, era tudo que eu tava sentindo... Quer dizer, é tudo que eu to sentindo.”

“Você me deixou sem palavras com ele, parabéns!” Ri.

“Para! Nem ficou tão bom.”

“É, tem razão princesa... Não ficou bom, ficou ótimo.”

“Ta falando isso pra me deixar bem...”

Interrompi-a com um beijo bem calmo e doce. Paramos o beijo com selinhos. “Eu também sinto sua falta.”

“Cody, isso não ta certo.”

“Porque não Manu? A gente se ama e eu não tenho compromisso com a Hailey, só to ajudando ela, tudo sem compromisso.”

Ela suspirou e abaixou a cabeça.

“Posso ficar mais com você?”

“Eu iria ficar feliz se ficasse.” Sorriu.

“E eu ficarei feliz em ficar, amor.”

Assistimos a um filme que estava passando na tv e nem percebi a hora, adormeci com ela. Acordei já deviam ser uma 8h. Acariciei o rosto dela e beijei sua testa. Desci e Marie estava fazendo o café.

“Ainda está aqui Cody?” Ela riu.

“É...” Corei. “Eu acabei dormindo vendo o filme...”

“Toma café com a gente?”

“Melhor eu ir pra casa... Meus pais nem sabem que eu ainda to aqui.”

“Okay Cody, até mais tarde.”

“Mais tarde?”

“Vai me dizer que não vai vir ver a Manu?”

Ri ao perceber que era verdade. “Sim, eu vou vir. Então até mais tarde.”

Fui pra casa e eles pareciam ter caído da cama, pois já estavam todos tomando café, inclusive quem eu menos queria ver, a Hailey.

“Bom dia Cody!” Eles disseram, menos a Hailey.

“Bom dia família... e Hailey.” Sentei em uma das cadeiras.

“Mesma roupa de ontem? Hmmmmm.” Alli disse com ar de malícia.

“Onde você passou a noite Cody?”

“Interessa Hailey? E vem cá, o que ta fazendo aqui tão cedo?”

“Eu e nosso filho viemos ver o papai.” Ela sorriu cínica.

“Precisava ser tão cedo?”

“Filho, vão discutir logo cedo?” Minha mãe disse e me olhou com repreensão.

“É chato tomar café quando ela vem.” Tom apontou pra Hailey.

Seguramos o riso e Hailey fez uma careta.

“Tom! Não é certo falar isso das visitas.” Meu pai segurou pra não rir.

“Na verdade eu não sou visita, sou quase da família.”

“Coitada, ta iludida.” Alli gargalhou.

“Vai deixar eles falarem tudo isso de mim, Cody?”

“Aff Hailey.” Revirei os olhos e subi.

Em seguida ela estava no quarto comigo.

“Pode dar licença?”

“Pra?”

“To querendo tomar banho.”

“Não me importo de ficar, se quiser eu tomo com você.

“Ta de zuera com a minha cara? Eu já disse mais de mil vezes que nós NÃO temos nada.”

“Mas eu preciso de atenção.”

“Okay, quer atenção? Me espera lá em baixo, vou te levar em um lugar.”

“Sério Cody?”

“É.” Pausei. “Agora desce.”

Depois do banho coloquei uma roupa, peguei as chaves do carro e desci.

“Vamos Hailey?”

“Aonde você vai com ela?” Alli me encarou.

“Depois eu te conto irmã.”

“Não to gostando disso, Cody!”

“Relaxa, já eu volto.” Beijei a face dela e sai de casa com a Hailey.

Entramos no carro e ela começou a me encher de perguntas.

“Aonde nós vamos?”

“Logo você vai saber.”

“Quanto suspense.”

“Se quiser ficar pode me falar.”

“Não, não quero ficar. Que mau humor, pelo amor de Deus!” Colocou o cinto e virou pra janela.

Levei ela até o consultório do meu tio, como ela tinha evitado me até hoje me levar pra ver o ultrasom eu resolvi trazê-la sem dizer.

“Um hospital? Ta louco Cody? Eu tenho minha obstetra particular.”

“Pode ter sua obstetra, mas como nunca me deixou ir junto eu te trouxe no consultório do meu tio. Aliás, o filho também é meu, não é?”

Ela cruzou os braços e bufou. Subimos praticamente comigo arrastando ela. Meu tio estava sem paciente, então logo nos atendeu. Ele trancou a porta e nós sentamos.

“Até que em fim conseguiu trazer a moçinha.”

“Não sei porque ele me trouxe.” Revirou os olhos.

“Talvez porque eu quero ver o ultrasom?” Olhei cínico pra ela.

“Não ta em tempo de fazer ultrasom.”

“Não tem um tempo certo, suponho que sua obstetra não tenha dito então.”

Com muito esforço conseguimos a colocar na maca. Fique segurando ela, que queria levantar e ele arrumou os aparelhos. Na primeira vez ele me olhou confuso e trocou o aparelho por um que estava ao lado.

“É...” Coçou a nuca. “Não tem nada aqui...”

“Seu aparelho ta quebrado então, eu tenho a foto do meu ultrasom, quer ver?”

“Não, meu aparelho não está quebrado e além do mais eu usei dois.”

“Como assim tio? Não tem bebê?” Estava um pouco perplexo.

“Não Cody, eu sinto muito.”

“Mas na foto que... Você me enganou vagabunda?”

Ela começou a chorar.

“ME RESPONDE! PORQUE FEZ ISSO?”

“Porque eu te amo, Cody! Eu te amo!”

“NÃO ME AMA PORRA! SE AMASSE NÃO FARIA ISSO!”

“Cody, ficar desse jeito não vai adiantar. Calma.”

“Não dá tio! Hailey...” A levantei da cama pelo braço. “...Presta bem atenção no que eu vou dizer, eu NUNCA mais quero olhar pra tua cara!”

“CODY...”

“NÃO TEM CODY. E QUER SABER? É MUITO BOM SABER QUE VOCÊ NÃO TÁ GRÁVIDA, EU TERIA PENA DESSA CRIANÇA POR TER UMA MÃE COMO VOCÊ!”

Ela secou as lágrimas e pegou a bolsa. “Você só não ta mais comigo por causa da Manuela! E você quer saber de uma coisa também? Vocês não vão se livrar de mim! Sua namoradinha vai me pagar por isso, bem caro.”

Peguei o braço dela com força. “Escuta aqui, você não vai fazer nada com a Manuela! Isso é entre nós dois.”

“TA ME MACHUCANDO!” A soltei. “Bom se cuidarem.” Saiu do consultório.

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Desculpem quase matar vocês do coração com a demora, mas tava pensando em uma coisa legal pra escrever e também ontem eu tive curso, sabem como é né? Bom, tá aqui. Comentem e me digam o que estão achando que eu continuo  ainda hoje ou amanhã quando voltar da escola, só depende de vocês <3 Xoxo