Capítulo 90

Esperamos os cinco minutos e Alli pulou da cama pra ver os testes, mas se virou em seguida.

“Vê pra mim? To sem coragem...”

“Okay.” Levantei da cama e comecei a ver um por um. “Temos 3 negativos e 5 positivos, Alli... Acho que merece um parabéns!” Abracei ela e ela começou a chorar.

Alli não conseguia dizer nada, só chorava, chorava e chorava... Pedia pra que ela tivesse calma, mas ela soluçava.

“Cunhada, calma, por favor. Vou pegar um copo de água pra você.”

Ela sentou na cama e assentiu, limpando as lágrimas com a costa da mão. Desci e peguei um copo de água, coloquei açúcar e, quando ia subir, Cody me barrou.

“O que vocês estão fazendo?” Olhou pro copo na minha mão. “Pra que a água?”

“Pra sua irmã e estamos conversando.”

“Amor?”

“Oi?”

“Posso participar da conversa?”

“Não, coisa de meninas... Desculpa, amor.” Dei um selinho nele e subi.

Entreguei a água pra Alli, ela bebeu e respirou fundo pra se livrar das lágrimas.

“Mais calma?”

Ela assentiu.

“Antes de qualquer coisa tem o exame no médico, os de farmácia às vezes dão resultados errados e eu tenho certeza que Jake vai ficar com você em tudo, vê como ele é com a Kath? Ela vai ser um ótimo pai.”

“Vo-você ta grávida?” Cody perguntou pálido na porta.

Alli voltou a chorar.

“Eu disse que era coisa de meninas, Cody! Não era pra você vir aqui.”

“Preciso saber o que ta acontecendo.” Ele passou as mãos pelo cabelo. “Alli, você ta mesmo?”

“Não deixa ela mais nervosa, Cody!”

“Eu to perguntando pra ela, Manu!”

“Vocês não vão brigar na minha frente, não é?” Ela perguntou em meio aos soluços.

“Não.” Respondemos juntos.

“Posso conversar com ela sozinha?” Olhei pro Cody.

“Não.”

“Cody!”

“Eu não vou sair, eu quero saber se ta ou não ta!”

“Co...”

Senti minhas vistas embaralharem, um calafrio tomou meu corpo. Me senti fraca e logo tudo se apagou.

[...] Acordei em um hospital com Cody ao meu lado, ele apertou minha mão e sorriu.

“Porque me trouxe pra cá, Cody? Eu to bem, foi só um desmaio.”

“Foi só um desmaio... Foi só um enjoo... Nada é ‘só’, amor.”

Ia falar, mas ele me interrompeu. “O doutor foi fazer seu exame de sangue, logo saberemos.”

“Saberemos?”

“Se você ta grávida.”

“Não, Cody, eu não posso estar!”

“Porque não?”

“Nossa filha só tem 5 anos, você deve ter gasto uma nota naquela casa, agora teríamos de fazer outro quarto... Móveis, decoração, enxoval, fraldas...”

Ele me deu um selinho pra me calar. “Shiu... Eu vou estar com você e vamos arranjar solução, pra tudo tem uma.”

“Cadê a Alli? Deixou ela sozinha naquele estado?”

“Não, ela também fez o exame e foi pra lanchonete.”

“Deixou ela ir sozinha? Vai atrás da sua irmã.”

“Manu, calma.” Ele riu. “Ela ta bem.”

Ele sentou ao meu lado na cama, deitei minha cabeça em seu ombro e ele beijou minha testa. Poucos minutos depois, Alli entrou no quarto comendo algo.

“O que é?” Apontei.

“Pão de queijo, quer?” Ela me passou o saquinho, que tinham vários.

“De queijo, Alli? Acho que vou ser tio e pai ao mesmo tempo.”

~POV Cody Simpson~

As duas comeram todos os pães de queijo, o doutor entrou no quarto uns 15 minutos depois.

“Já temos os resultados.”

As duas me olharam e depois olhamos pra ele, que entregou um envelope pra cada. As duas abriram, pude ver no da Manu que deu positivo e, pela cara da Alli, o dela tinha dado também.

“É impressionante as duas ao mesmo tempo e quase com o mesmo tempo.”

“Quanto, doutor?” Alli perguntou.

“O seu são 7 semanas, da Manuela 5.”

Beijei o rosto da Manu e chamei a Alli, beijei o rosto dela também.

“Bom, as duas já podem ir, tomem os devidos cuidados e parabéns!” Ele sorriu e saiu do quarto.

“Cara, não dá nem pra acreditar que vocês duas vão ter os bebês em intervalos de tempo tão curtos.” Sorri meio bobo.

“Vai contar logo pro Jake, cunhada?”

“Vamos passar no shopping?”

Concordamos, fomos até o shopping e eu logo perdi as duas de vista. Fui pra uma loja de artigos para bebês, queria fazer o mesmo que com a primeira gravidez, ser o primeiro a dar o presente. Escolhi um casaquinho neutro, porque estaríamos no frio quando nascesse, e uma camisetinha com desenho de uma ancora, pra Manu comprei uma blusa de frio, uma de outra cor pra Alli. Tinha que levar algo pra Kath também, passei em uma loja e comprei uma boneca que ela tinha pedido há alguns dias, peguei um coala de pelúcia pra Manu, não era legal estar sozinho num shopping, eu saía comprando tudo de presente que via... Me esbarrei com elas em um desses corredores.

“Estávamos te procurando, senhor Simpson.” Manu disse.

“Quantas sacolas!” Alli apontou pras minhas mãos.

“Que milagre vocês estarem só com uma.” Ri.

“Estamos sem o cartão...” Alli as entregou.

“Sabia!” Ri. “Bom, vamos?”

Antes de sairmos do shopping, pegamos uns frappuccinos. Chegamos em casa em pouco tempo. Não tinha ninguém em casa, pois eles tinham saído com Kath, Tom e os pais da Manu. Entreguei o que tinha comprado pra elas, menos o do bebê, que eu iria entregar quando estivéssemos sozinhos.

“Amor, e a Kath?” Manu perguntou enquanto brincava com o ursinho. “Como ela vai reagir?”

“É verdade, ela é a única princesinha da família e agora teremos mais dois bebês... Ela vai ficar enciumada.”

“Acho que não, ela me perguntou sobre um irmãozinho outro dia.” Eu disse.

“Mas agora é de verdade, Cody, teremos que multiplicar a atenção com ela, fazer ela participar de tudo...”

“Eu vou ajudar e nossos pais também.” Alli levantou. “Vou até a casa do Jake, quanto antes eu falar, melhor...”

Desejamos boa sorte e fomos pro quarto. Entreguei pra Manu e a embalagem com as roupinhas, ela ficou sorrindo boba.

“Amor, são lindas!”

“Mesmo?”

“Sim, eu amei.” Ela guardou do jeito que estavam antes e me deu um selinho. “Eu te amo.”

“Eu te amo.” Beijei ela.

“Mô, acha que é um menino ou uma menina?”

“Acho que um menino, mas não me importo muito com o sexo desde que seja saudável.”

Ela sorriu. “Eu também acho que é um menino, dizem que mãe sente.”

~POV Alli Simpson~

Cheguei na casa de Jake em 10 minutos, fui bem devagar, estava com muito medo da reação dele. Vi que o carro dos pais dele não estavam na garagem, mas o dele estava. Toquei a campainha e ele que atendeu.

“Amor? Não tínhamos combinado de noite?” Riu. “Sentiu saudades, né?” Me deu dois selinhos.

Entrei e ele fechou a porta.

“Não é bem isso, Jake...”

“Nossa, não sentiu saudades?” Ele fez beicinho.

“Sim, eu senti, mas não vim aqui por isso.”

“Você ta estranha, o que foi?” Sentou no sofá e eu sentei ao lado dele.

“Eu tenho que te contar uma coisa, mas não sei como começar...”

“Pelo início seria bom.” Ele riu de novo.

Demorei um tempo pra falar e não tomei a coragem suficiente.

“A Manu ta grávida.”

“Mais um? Eles são um pouco rápidos!” Pausou e me olhou. “Mas, não veio falar sobre isso comigo, certo?”

“Certo...”

“Me fala, princesa.”

“Jake, você promete que vai estar ao meu lado sempre?” Senti meus olhos marejarem.

“Prometo, você sabe que sim.” Levou uma das mãos até meu rosto e o acariciou.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, respirei fundo e comecei. “Nã-não é só a Manu que ta grávida...”

“Você ta grávida?”

Assenti, ele abriu um sorriso e me abraçou, diferente do que eu achei que faria. Nos soltamos do abraço e ele me beijou.

“Jake, você ta feliz com a notícia?”

“É lógico que sim, você vai me dar um filho, um filho é a melhor coisa que eu poderia ganhar.” Ele sorriu com os olhos brilhando. “De quanto tempo você ta?”

“7 semanas.”

“E a Manu? Vocês vão ter o bebê no mesmo ano, tia Angie e tio Brad vão ficar loucos com dois netos novos.”

“Ela ta com 5, vão sim, acho bom contarmos logo pra eles.”

“Hoje, agora, que tal?” Levantou.

“Agora? Eles não estão em casa.”

“Quando chegarem, mas vamos pra lá.”

Jake estava tão animado e isso me confortou. Seria bom tê-lo ao meu lado e, com certeza, ele seria um ótimo pai. Fomos pra casa e ficamos conversando com o Cody e a Manu. Nossos pais chegaram logo, eles foram guardar algumas coisas que tinham comprado e dissemos que precisávamos conversar com eles. Eles se sentaram na sala junto com os pais da Manu.

“Então, o que querem falar?” Tia Marie perguntou.

Tom, Gabe e Kath sentaram se juntaram a nós na sala, Kath sentou no colo da Manu e os dois ficaram no braço do sofá.

“Quem começa?” Meu pai perguntou quando ficamos em silêncio.

“É... Acho que eu vou falar.” Manu respirou fundo e apertou a mão do Cody. “Vou de uma vez, sem rodeios... Vocês vão ser avós, mas temos dois bebês...”

Eles arregalaram os olhos, notei que a Kath ficou com uma carinha estranha, parecia chateada...

“Você vai ter gêmeos?”

“Não, não vamos ter gêmeos.” Cody disse e me olhou.

“A Alli ta grávida também.” Jake disse.

Meu pai quase se engasgou com a própria saliva, minha mãe ficou pálida olhando pro nada. Kath subiu com passos largos.

“Sabia...” Manu colocou a cabeça entre as mãos.

“Eu falo com ela.” Cody se levantou.

“Não, eu cuido disso, qualquer coisa eu te chamo.”

~POV Manuela Albuquerque~

Subi pro quarto da Kath, mas ela não estava lá, passei pelo nosso e ela estava jogada na cama.

“Pequena?”

“Não quero falar com você.” Ela afundou a cabeça no travesseiro.

“Minha pequena vai ficar brava?”

“Não sou mais sua pequena, agora é esse bebê.” Os olhinhos dela se encheram de lágrimas.

“É minha pequena sim, sempre vai ser, não importa quantos bebês tenham.”

“Mas, eu não quero um bebê, ainda mais dois...”

“Não tem querer, Kath, simplesmente acontece...”

“MAS EU NÃO QUERO!” As lágrimas dela começaram a escorrer.

“Para de gritar, você não tem querer, ninguém escolheu ter um bebê agora.”

“Então dá ele.”

“Eu não vou dar seu irmão ou irmã, de onde tirou isso?”

Ela estava chorando de soluçar e eu fique morrendo de dó, mas não podia fazer nada quanto à isso, ela teria de aceitar.

“Kath, não fica assim... Por favor.”

“SAI!”

“KATHERYN, NÃO É PRA GRITAR COMIGO, EU CONTINUO SENDO SUA MÃE!”

“PAI!” Ela gritou muito mais alto.

Cody subiu correndo as escadas e chegou na porta. “Porque ela ta chorando?”

“Mamãe gritou comigo!”

“Fala pro seu pai o porquê.”

“Eu não quero briga entre vocês duas. Kath, respeite sua mãe e Manu, paciência.”

Kath foi pro colo dele.

“Pede desculpas pra mamãe.”

“Desculpa, mamãe.” Ela me abraçou.

“Desculpa por gritar com você.” Beijei a testa dela.

“É assim que o papai gosta.” Ele abraçou nós duas. “Pequena, adivinha o que eu trouxe pra você?”

“O que?”

Cody entregou uma sacola pra ela, era a boneca que ela tinha pedido.

“Papai, eu amei! Obrigada.” Abraçou o Cody e saiu correndo em direção ao seu quarto.

Eu e Cody deitamos na cama, eu deitei em seu colo e ele estava acariciando meus cabelos.

“O que foi?”

“Nada, amor...”

“É pela Kath, não é? Ela vai se acostumar com o bebê.”

“E se não se acostumar, Cody?” Sentei na cama, ficando de frente pra ele.

“Ela vai, amanhã conversamos com ela, hoje já foi um dia cheio. Porque não descansa um pouco? Cuida do nosso filho.”

“To com um pouco de medo...”

“De que?”

“De essa gravidez também ser de risco.”

Ele me abraçou e beijou meu rosto. “Não vai ser, princesa, não vai.”

[...]24 de dezembro, um dia pro casamento. Mas, estava tudo pronto, não faltava nada, estava tudo confirmado e isso me confortava. Fui com Alli até o local onde pegaríamos os vestidos pra fazermos a última prova, já que nossas barrigas já tinham uma leve curva. Depois daqui, daria uma passada na casa de Luiza e Fernando pra confirmar a presença deles, já que só tinha dado o convite por correio.

“Nervosa pra amanhã?” Alli perguntou enquanto esperávamos os vestidos.

“Muito, medo de errar, passar mal, faltar algo... Ah, de tudo!” Ri.

“Melhor você e o Cody se acalmarem ou não vão conseguir entrar na igreja.”

Provamos os vestidos, dessa vez ficaram perfeitos. Pegamos eles e deixamos no banco de trás do carro. Deixei Alli em casa e fui pra dos meus pais. Toquei a campainha e esperei alguns minutos.

“Manu?” Fernando se surpreendeu ao abrir a porta.

“Eu.” Dei um leve sorriso. “Posso?”

“Claro, entre.” Ele abriu espaço, entrei e ele fechou a porta.

“Ta todo mundo em casa?”

“Quer que eu chame?”

“Por favor.”

Ele foi até o andar de cima e Luiza desceu com Luiz e Laura, que vieram correndo me abraçar.

“Filha, o que faz aqui?”

“Eu vim falar com vocês sobre o meu casamento.” Pausei. “Queria muito que estivessem lá, vai ser uma cerimônia rápida e na praia, vai ser divertido.”

“Eu vou!” Laura disse.

“Eu vou também.” Luiz levantou os braços.

“E então?” Olhei pra Luiza e pro Fernando.

“Vamos estar lá.” Fernando disse.

“Espero que sim.” Sorri. “Bom, era só isso... Vejo vocês amanhã.”

“Parabéns pelo bebê.” Luiza disse. “Posso te abraçar?”

“Claro.”

Ela me abraçou forte e eu não pude conter as lágrimas que encheram meus olhos, Fernando também me abraçou. Olhei pro teto pra tentar com que elas não caíssem e quase consegui, apenas uma escorreu.

“Tenho muito que fazer ainda, obrigada por me receberem. Até amanhã.”

Fui logo pro consultório, o ultra-som seria uma surpresa pro Cody e talvez já desse pra saber o sexo.

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Oi meninas, desculpem a demora... Estou quase em tempo de provas e sabem como é.. Bom, o que acharam? Kath vai aceitar? Qual o sexo do bebê? COMENTEM BASTANTE E EU CONTINUO! Xoxo